Permatinga: Sustentabilidade na caatinga
Gustavo Campos é o proprietário da Fazenda Jatobá, de 250ha, em Serra Talhada, Pernambuco - Brasil. Quando procurou Gabriela e Pâmella, ele trouxe a vontade de transformar a área de caatinga de sua terra em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Porém, no contexto de uma vizinhança de baixa renda, será que só uma Unidade de Conservação seria a melhor forma de impactar positivamente essa região? Então, eles pensaram em compatibilizar a UC com os Sistemas Agroflorestais (SAFs). Assim, surgiu o Permatinga, com o objetivo de desenvolver um modelo de práticas sustentáveis que possam ser replicadas pelos vizinhos com o apoio do projeto, melhorando renda e qualidade de vida. A fazenda se propõe a tornar-se um centro de referência em permacultura, atraindo visitantes, sempre envolvendo e dando livre acesso à comunidade do entorno, documentando e divulgando suas práticas para que possam ser disseminadas em toda a região semiárida.
- ¿Cuál es el problema que están resolviendo?
- A Caatinga é um bioma brasileiro composto por uma formação vegetal única no mundo, com elevado número de táxons raros e endêmicos. Conhecida pela forte sazonalidade dos períodos de chuva, com a perda de suas folhas nas épocas secas, é também chamada de “mata branca”. Suas espécies desenvolveram diversos caracteres ecológicos estratégicos para tolerar ou evitar o estresse hídrico. O bioma tem em seu cerne a resiliência, e sua plasticidade frente às perturbações ambientais e climáticas inerentes de sua região pode ter muito a nos ensinar. Este ecossistema tão interessante e peculiar possui importância direta para cerca de 27 milhões de pessoas que nele vivem, a maioria de baixa renda e dependente dos recursos e serviços ecossistêmicos oriundos da floresta. Apesar disso, é um dos biomas menos protegidos do país, com apenas cerca de 7,5% da área protegida por unidades de conservação, com pouco mais de 1% de proteção integral e poucas iniciativas públicas para sua conservação. Devastado, o bioma já teve 46% da sua área total desmatada. Infelizmente, as principais perturbações são consequência das atividades da mesma população que precisa diretamente do ecossistema. Há uma intensa extração de lenha, sobrepastoreio, e especialmente a conversão de terras para agricultura e pecuária, ocorrendo o mau uso da terra, com irrigação inadequada e consequente salinização do solo, bem como o cultivo continuado sem reposição de nutrientes, o que leva à infertilidade. Esses fatores contribuem de forma direta com a desertificação. Como agravante, estudos apontam que o semiárido brasileiro será a região mais afetada pelas mudanças climáticas no país. Com um aumento regional de pelo menos 2 graus na temperatura, a previsão é de que se tornará ainda mais seco. O fenômeno deverá afetar a segurança alimentar, hídrica e energética nas regiões mais pobres e menos capazes de se adaptar às transformações esperadas. É previsto um aumento na probabilidade de enfermidades e na perda de produção agrícola, podendo desencadear novas ondas migratórias. O município de Serra Talhada, onde se insere a Fazenda Jatobá, faz parte deste contexto. É uma das áreas apontadas como prioritárias para a conservação da Caatinga, de prioridade “Extremamente Alta” e considerada de alta susceptibilidade à desertificação, o que evidencia a urgência por medidas para sua proteção. Apesar disso, possui apenas uma UC de caráter público, e se encontra no contexto da pecuária extensiva e da agricultura de subsistência, como é o caso das cerca de oito famílias que residem no entorno da Fazenda. Essas famílias mantém um cultivo predominantemente de subsistência, de culturas de feijão e milho, além de algumas frutíferas. No local, a pecuária extensiva também está presente, com a criação de caprinos, bovinos e galinhas. Diante dessa grave situação, é de fundamental importância pensar em alternativas que melhor possam equilibrar a conservação e o uso da terra, visando ao mesmo tempo à melhoria de vida da população local. A Fazenda Jatobá representa uma oportunidade de incremento de mais uma UC em uma área considerada prioritária, sem esquecer de que o fomento de formas sustentáveis de convivência da população com o semiárido é condição fundamental para a eficiência de um plano de conservação na região. A realidade de seu entorno está presente na maior parte do bioma, fazendo com que ela possa desenvolver um modelo de sustentabilidade possível de ser replicado em toda a região. Neste sentido, é proposto a implementação de Sistemas Agroflorestais, que vem se consolidando como alternativas bem sucedidas para geração de renda e conservação de florestas em regiões semiáridas, com a inserção de espécies arbóreas nativas regionais nestes sistemas. O fomento à essa forma de cultivar pode ser estratégico para a adaptação do agricultor ao regime altamente variável e imprevisível das chuvas do semiárido, conferindo maior resiliência às mudanças climáticas do que os sistemas monoculturais, já que a alta biodiversidade é capaz de conferir maior resistência a perturbações, e gera múltiplos serviços e produtos. A diversificação da produção vem acompanhada da diversificação de renda e da segurança alimentar e hídrica, aspecto raro em um contexto socioeconômico tão vulnerável como o da população do sertão nordestino brasileiro.
- ¿Qué impacto positivo tiene su proyecto en su comunidad? Expliquen de la forma más concreta posible cuál es su impacto social, ambiental y/o económico actual. (Max. 500 caracteres)
- Conservar mais de 250ha de caatinga melhorando a qualidade de vida de ao menos oito famílias do entorno, através de um modelo replicável em toda a região. SAFs criam microclimas amenos, maior sequestro de carbono, maior proteção, fertilidade e eficiência no uso do solo e água. A diversidade de produtos e épocas de colheita podem ser manejados frente à sazonalidade, gerando uma maior estabilidade e diversificação de fontes de renda, com o aumento da segurança alimentar e hídrica ao longo do ano.
- ¿Con cuál de las cuatro áreas temáticas de este desafío se vincula tu propuesta?
- 1- Agricultura - Fome zero e Agricultura Sustentável (ODS 2) / Trabalho Decente (ODS 8) /Comunidades Sustentáveis (ODS 11).
- ¿Qué hace que su proyecto sea innovador?
- Após analisar a criação e gestão de áreas com fins de conservação ambiental, percebemos uma falta de apoio aos proprietários rurais que queriam conciliar a preservação da natureza com uma possibilidade de fonte de renda. Além da dificuldade das populações camponesas de baixa renda em aprender a conviver com as dificuldades que sua terra apresentava, principalmente a caatinga. Assim, surgiu o Permatinga. Um projeto de acordo com os princípios e técnicas da permacultura que tem por objetivo utilizar o conhecimento sobre o funcionamento da natureza com um planejamento baseado na gestão participativa e adaptativa da área.Nós propomos lançar um olhar empreendedor para os SAFs, pensando no manejo da estrutura e do processo de sucessão ecológica do sistema para gerar os melhores fluxos de caixa possíveis. Nós planejamos modelar o sistema pensando nas espécies que produzem frutas e demais culturas a curto, médio e longo prazo, e também de acordo com os estratos, de forma a criar um fluxo de caixa bondoso. Almejamos estruturar um projeto que gere esse fluxo financeiro sem precisar de grandes áreas, planejado a partir do potencial da propriedade, da dinâmica do mercado e de acordo com a aptidão das famílias envolvidas. Um sistema planejado para gerar retorno financeiro e melhor qualidade de vida dos proprietários e camponeses envolvidos. A partir de cada avanço, vamos elaborando um Plano de Negócio de SAFs que seja viável para a caatinga.Associado aos SAFs, teremos a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Sendo uma das categorias do Sistema Nacional de Unidades de Conservação brasileiro (SNUC, Lei N 9985/2000), são áreas criadas a partir do desejo do proprietário de preservar a flora e fauna local e/ou implementar um turismo que respeite a capacidade de suporte da natureza presente. Estamos elaborando um projeto para transformar parte da Fazenda Jatobá em RPPN, trazendo uma proteção natural para os cultivos, um microclima ameno que influencie positivamente na qualidade de vida da população no entorno, possibilidades de atividades turísticas sustentáveis como fonte de renda, e melhores oportunidades de adquirir financiamentos para a área. A associação do SAF com a RPPN, traz mais sustentabilidade financeira e possibilidade de fluxo de caixa contínuo.Por fim, nosso projeto também traz um modelo de gestão baseado na formação de parcerias entre instituições e pessoas para co-trabalharem na implementação dessa área. Queremos prospectar múltiplas fontes de financiamento, porque com a diversificação de fontes e parcerias alimentamos nossa sustentabilidade financeira de forma estratégica. Assim como os diversos estratos presentes na natureza, cada parceiro contribui com a construção de um ambiente ecologicamente saudável, socialmente equitativo e economicamente justo.
- Nombre y apellido representante del equipo
- Gabriela Gehlen Leite
- Equipo
Galería de imagenes
¿Crees que esta idea es
positiva para el mundo?
Apoyar idea
Entrega tu apoyo a "Permatinga: Sustentabilidade na caatinga"
¿Crees que esta idea es
positiva para el mundo?
Apoyar idea
Entrega tu apoyo a "Permatinga: Sustentabilidade na caatinga"
Colabora
Regístrate o ingresa para ayudar a Gabriela Gehlen Leite a mejorar su propuesta.
Regístrate o ingresa para comentar esta propuesta
Regístrate o ingresa para reportar este comentario